História de Sucesso | Conheça Marco Medeiros

Fique a conhecer Marco Medeiros, um açoriano de gema e Fisioterapeuta no departamento médico profissional do Clube Desportivo Santa Clara! Não deixe de conhecer mais uma "História de Sucesso"!

Fale-nos um pouco de si.

O meu nome é Marco Medeiros, tenho 31 anos e sou natural de S. Miguel (Açores). Sou licenciado em Fisioterapia para Escola Superior de Saúde Vale do Sousa e pós-graduado em Terapia Manual Segundo o Conceito Osteopático (ATMS), entre outras formações. Iniciei a minha experiência profissional na Associação Desportiva de Valongo onde estive uma época desportiva. Em 2008 regressei aos Açores para trabalhar em clinica privada, passados 2 anos, em 2010, fui convidado a ingressar no departamento médico profissional do Clube Desportivo Santa Clara onde permaneço até aos dias de hoje. Adoro viajar, ler, estar com a família e amigos e fazer atividades que impliquem o contato com a natureza, porque será? ;)

Quando era adolescente, que profissão gostaria de ter no futuro? Sempre sonhou em ser Fisioterapeuta?

Como qualquer adolescente pensamos em muitas opções daquilo que queremos seguir quando crescermos. No entanto, não foi algo em que pensasse muito, nesta altura preocupava-me mais com as coisas próprias da idade. Só a dois meses de completar o 12º ano é que me decidi pela Fisioterapia.

O que o levou interessar-se pela Fisioterapia?

Até ingressar na faculdade joguei futebol, o que me levou a recorrer à fisioterapia em algumas ocasiões, e como curioso que sou, perguntava sempre o que estavam a fazer, admirava-me do modo como o corpo reagia aquele tipo de tratamento. Quando tive de tomar a decisão tive em linha de conta estas experiências. Com o decorrer do curso a curiosidade e o interesse de aprender mais foi aumentando, e aí percebi que tinha escolhido o curso certo.

No seu percurso profissional como Fisioterapeuta, quais foram as experiências que mais o marcaram?

Creio que todas as experiências são importantes e enriquecedoras, obviamente umas mais do que outras mas em todas elas aprendemos e evoluímos.
O primeiro paciente é sempre uma experiência que marca e que nunca nos esquecemos, é como o primeiro professor, todos nós nos recordamos.
A passagem pelo Centro de Medicina Desportiva do Porto, sob orientação do Fisioterapeuta Luís Pinto foi sem dúvida uma das experiências que mais me marcou, não só por ser o primeiro local onde tratei atletas, mas principalmente pelo orientador que com a sua humildade e sabedoria resolvia os problemas dos pacientes rapidamente. Costumo dizer a alguns colegas que em 10 minutos de conversa com o Luís Pinto “tiramos um curso”, quem contatou com ele sabe certamente daquilo que falo... Foi aí, que tive o “verdadeiro” contato com a terapia manual e aplicada ao serviço do desporto. Contatei com uma realidade completamente diferente daquela a que estava habituado, desde a avaliação, o raciocínio, passando pela abordagem ao paciente, o tempo de recuperação, que na altura me parecia impossível e finalizando na “exigência” dos pacientes (atletas), que chegavam com lesões ao inicio da tarde e que tinham de treinar/jogar à noite. Foi o estágio onde mais estudei e trabalhei, pois eram-nos colocados desafios exigentes aos quais tínhamos de encontrar soluções, sendo também onde mais cresci, aprendi e onde iniciei o meu percurso como fisioterapeuta na área do desporto.
Outra grande experiência/desafio foi a mudança da clinica privada para o CD Santa Clara.
A experiência de estar presente, desde o momento em que ocorrem as lesões, passando por todas as fases do processo de reabilitação e integração na atividade desportiva, leva-nos, por vezes, a passar entre 4 a 5 horas diárias com o atleta durante vários meses, algo a que quem está em contexto de clinica não tem oportunidade de o fazer.

Como referiu está envolvido no mundo do Desporto. Qual a importância do papel do Fisioterapeuta nesta área?

Em 2010, quando ingressei no CD Santa Clara, dei uma entrevista para um jornal local onde me fizeram a mesma pergunta, pois fui o primeiro fisioterapeuta a trabalhar no clube. Respondi que ter um fisioterapeuta no plantel era tão importante como ter jogadores... (riram) Expliquei que o nosso trabalho pode fazer a diferença entre ter um jogador importante num jogo importante e não o ter, entre um jogador fazer a totalidade dos jogos e fazer apenas 50%, focando que não só intervimos quando ocorre a lesão, mas mais importante que isso trabalhamos na prevenção e antecipamo-nos ao aparecimento da mesma (no final entenderam).

Já participou em algumas formações Bwizer. Quais as que mais o marcaram e que partido tira delas atualmente?

A Bwizer é uma referência na formação de profissionais de saúde no panorama português, como tal já lá realizei diversas formações. O conceito Osteoetiopático foi, como direi..., a mais completa, pois trata-se de um conceito que associa algumas das melhores técnicas da terapia manual. Quanto à utilização, procuro aproveitar e retirar o melhor de cada uma, articulando-as em prol do paciente.

Como concilia a sua vida pessoal com a profissional?

Bem... por vezes não é fácil, pois no futebol temos de estar disponíveis 24h por dia, não temos fins-de-semana nem feriados. Na segunda liga uma equipa realiza, aproximadamente, 50 jogos por ano em todas as competições, sendo eu fisioterapeuta duma equipa dos Açores a “coisa” complica-se ainda mais pois fazemos cerca de 25 viagens e estágios no continente, não sobrando muito tempo para os mais próximos. Esta conciliação só é possível com a compreensão dos mais próximos, nomeadamente da minha namorada Beatriz, da minha família e amigos, que quando tenho “um tempinho” aproveitamos tentar compensar o tempo em que estou ausente a trabalhar, mas com vontade tudo se faz...

Uma curiosidade sobre si que nada tenha a ver com a fisioterapia.

Adoro viajar e conhecer novas culturas e povos, tento todos os anos descobrir um novo “cantinho” do mundo para explorar, procurando sempre destinos onde o bom tempo e o calor abundem pois não tenho “uma boa relação” com o frio. Faz-me confusão não ver o mar por muito tempo.

Uma dica ou frase de inspiração para aqueles que gostariam de seguir os seus passos? Tanto no Desporto, como na Fisioterapia?

Em primeiro lugar acho que cada um de nós deve seguir os seus próprios passos, tomando como exemplo sempre os melhores.
Penso que o trabalho é a palavra-chave, onde a humildade, a dedicação, o profissionalismo, o rigor, o empenho, a persistência e o trabalho em equipa são fundamentais para conseguirmos evoluir. Mesmo que por vezes as coisas não corram como nós esperamos (o que vai acontecer algumas vezes) não se deixem abalar por isso e sigam em frente. Quando se sentirem confortáveis está na altura de procurar novos desafios, subir mais um degrau.

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