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Publicado a 13/05/2020

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Tomás Pérez

A disfunção cervical e o controlo motor | Por Tomás Pérez

Tomás Pérez

As disfunções na coluna cervical são um problema frequente, causando dor e limitação do movimento. Afetam todas as faixas etárias da população, embora a sua maior incidência seja encontrada na população adulta.

Estas disfunções incluem várias etiologias cujo elo comum é o envolvimento de estruturas osteomusculares do pescoço, que geralmente estão relacionadas a traumas significativos ou condições crónicas derivadas de microtraumatismos repetidos. A sua principal manifestação e motivação para procurar tratamento é a dor, geralmente agravada ao realizar determinados movimentos ou adotar algumas posturas.

Foi demonstrado que a dor no pescoço tem uma prevalência na população em geral que varia entre 5,9% e 38,7%. Por sua vez, observou-se que até 71% da população adulta apresenta dor no pescoço em algum momento de sua vida e é considerada a quarta principal causa de incapacidade no mundo. Tudo isso permite afirmar que se trata de um problema de saúde pública significativo, associado a altos custos socioeconómicos decorrentes do absentismo laboral ou despesas médicas (1, 2).

Para estudar o fato do sintoma mais importante da disfunção cervical (a dor) aumentar com determinados movimentos, mudanças de posição e certas posturas, uma equipa de pesquisa australiana da Universidade de Queensland, liderada por Gwendolen Jull, conseguiu demonstrar que os pacientes que apresentaram dor como consequência de um trauma significativo da coluna cervical, como o que ocorre em acidentes de viação, sofreram uma ativação muscular diminuída secundária nos músculos profundos do pescoço, especificamente nos músculos flexores profundos (3,4).

Esse achado mostrou como o sistema neuromuscular e o seu papel no controlo de movimentos e posturas da coluna cervical podem ser alterados nesses pacientes. Os músculos cervicais profundos demonstraram ter uma função principalmente associada à estabilidade segmentar e controlo postural dos níveis cervicais por meio de padrões de ativação de baixa intensidade mantidos ao longo do tempo, enquanto os músculos superficiais, de maior calibre, estavam mais envolvidos na a geração de movimento, com maior capacidade de produzir força.

 

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CV: Tomás Pérez é hoje um dos maiores nomes da fisioterapia na área da ATM (disfunções craneo-cervico-mandibulares), tendo sido aluno de alguns fisioterapeutas mais conhecidos neste campo.

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