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Publicado a 03/03/2018

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Hugo Loureiro

Confronto entre inervação recíproca e co-ativação na proteção da coluna | Por Hugo Loureiro

Hugo Loureiro

A interpretação habitual do binómio lombar/abdominal, como protetor da coluna, obedece, frequentemente, no exercício físico, a um critério extrínseco, relacionado com o recrutamento indiscriminado da musculatura abdominal. O transverso abdominal (TA) inclui-se nesta conceção, trabalhando em co-ativação com o soalho pélvico (SP), protegendo as vísceras, assumindo com o diafragma uma função essencialmente tónica (Hodges, 2000), capazes de aguentar longas solicitações.

Interessa entender o sentido da inervação recíproca, habitualmente associada à locomoção, face à co-contração, associada à postura (Nielsen, 2016), para a proteção da coluna. No controlo da coluna, face às exigências que esta sofre, no quotidiano e, mais ainda, em esforços específicos, devemos enquadrar a respetiva metodologia protetora adequada, bem como a consequente fisiologia da situação.

Se o objetivo é proteger a coluna, atendendo ao dia-a-dia, é suposto ser com um mecanismo tendencialmente isométrico (Baldo, 2010). A ativação da cadeia muscular profunda providencia um controlo dinâmico do core (Lee, 2016), estando o SP também envolvido nessa proteção (Chmielewska et al., 2015). A falência do TA e do SP, com a mesma inervação motora, fará deslizar órgãos, levando a disfunções digestivas, respiratórias, circulatórias e músculo-esqueléticas (Chek, 1999).

A co-contração pode ser uma opção, embora persista a necessidade de gerir pressões nos órgãos, que sofrem impactos provocados pelos esforços (Mørkved, 2017). Sendo a co-ativação entre o transverso abdominal e o soalho pélvico um mecanismo protetor desses órgãos (Chmielewska et al., 2015), cabe clarificar se é mais rentável do que a co-contração, além de correlacionar uma boa gestão orgânica, com a redução de dores de coluna.

Olhando para as fibras do transverso abdominal, algumas estão orientadas com a parte posterior do tronco, (Kapandji, 2008), sendo legítimo atribuir responsabilidade à proteção lombar, embora não necessariamente à produção de movimentos no plano sagital, por não estarem orientadas com o mesmo (Mal, 2016). A implicação da fáscia toraco-lombar também é significativa no controlo da posição da coluna (Mal, 2016).

Depreende-se que os diferentes mecanismos neuromusculares protetores são indissociáveis, mas persiste a dúvida de qual prevalece, consoante a exigência física de cada tarefa.

 

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CV: Hugo Loureiro é alguém apaixonado e curioso que não se contenta com o básico. Com um currículo e experiência invejáveis é, além de PT no seu próprio projeto, PT Studio, formador de Low Pressure Fitness.

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