Este artigo fez parte da 3ª edição da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.
A fisioterapia, enquanto profissão, vive um momento crucial na sua história, a que implicitamente está ligada a sua afirmação como profissão de saúde autónoma. Ela é hoje classificada no grupo das profissões intelectuais e científicas, agindo numa prática de referenciação e procura do acesso direto, sendo que neste contexto o diagnóstico assume um papel preponderante, diferenciador e ético.
Discutir o Diagnóstico em Fisioterapia (DF) é, por norma, uma questão criadora de alguma tensão entre os diferentes agentes da saúde. A tal facto não será alheia a noção de se tratar de uma entidade que nem todos reconhecem, possuir escassa fundamentação epistemológica e ser ainda mal-entendida dentro de alguns grupos da fisioterapia.
O debate sobre DF não é uma questão nova, antes um tema com cerca de 30 anos de discussão, presos em dúvidas na sua definição, complexidade e taxonomia.
Neste contexto, importa conhecer um pouco do caminho histórico do DF, perceber e contextualizar a sua importância para a autonomia da profissão e o papel que a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) tem na sua elaboração.
Nos anos 80 do séc. XX, nos EUA, Rose (1986) é o primeiro a refletir sobre a necessidade do diagnóstico para a fisioterapia, tal como foi para a maioria das ciências conceber um sistema de observação, descrição e classificação da matéria de interesse para a profissão. Rose (1986), propõe como foco para o DF, a disfunção do movimento. Esta proposta, alavancada nos sistemas médicos de diagnóstico, revela um particular interesse em nomear e classificar, ou “etiquetar” os problemas tal como o modelo médico o tinha realizado, através de um sistema nominal.
Em 1988, num texto intitulado “Reflexões sobre o diagnóstico”, Rose (1988) salienta a importância deste para a fisioterapia em 4 pontos fundamentais: acesso direto do cliente; mudança da relação com os sistemas de saúde, da prescrição à referenciação; racionalização da avaliação, planeamento, prescrição e reavaliação das estratégias de intervenção; incentivo intelectual e satisfação pessoal.
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CV: José Luís Sousa é licenciado em fisioterapia pela ESTSP, e tem um fascínio especial pela CIF, temática a que tem dedicado uma atenção especial nos últimos anos, tendo tido a oportunidade de conduzir cursos e conferências sobre este tema em Portugal e no estrangeiro.
Fonte: Consulte a 3ª edição da Bwizer Magazine