Entrevista com Alcino Duarte

Quem é Alcino Duarte?

R: Um jovem que acredita ter nascido para dedicar a sua vida a cuidar das pessoas.

Procuro desafios novos todos os dias e sinceramente a sua dificuldade é o aspeto menos importante.

Procuro também estar sempre ao nível das exigências do futuro pois acredito que só assim podemos estar preparados para vencer os desafios e assim crescer.

A procura do conhecimento é algo que me fascina e naturalmente faz e sempre irá fazer parte da minha vida.      

Neste momento, onde se encontra a trabalhar?

R: Atualmente trabalho na Clinica Médica dr. Merino em Paredes.

Quais as experiências profissionais que foram mais gratificantes para si?

R: Os 3 anos que passei pelo departamento de andebol do FCPorto, e sem dúvida fazer equipa com o Eduardo Merino e o Alfredo Silva desde 2006.

O que o levou a escolher a fisioterapia e a mais tarde continuar a sua formação para a área da Medicina Tradicional Chinesa?

R: Cedo percebi que teria que seguir uma área da saúde e se possível em contacto com o doente. A fisioterapia preenchia sem dúvida esse requisito, embora muito sinceramente aquando da minha candidatura, desconhecia muito a fisioterapia mas rapidamente me apaixonei.

A Medicina Tradicional Chinesa na minha vida é fruto de uma visão holística que tenho da saúde. Procurava mais um complemento, mais uma ferramenta de trabalho e assim surgiu o interesse por esta área. Iniciei a formação que simplesmente revolucionou a minha prática clinica porque me permitiu abordar um conjunto mais alargado de patologias.

Alcino Duarte, em que ponto de evolução está a Medicina Chinesa em Portugal?

R: Neste momento penso que estamos numa fase de afirmação, em que o público em geral começa a despertar mais interesse e procura informação, recorrendo mesmo cada vez mais a esta área complementar da medicina.

Tenho a convicção que é necessário haver cada vez mais profissionais de saúde a formarem-se nesta área, para se conseguir uma abordagem clinica cada vez mais credível e científica.

Já se começa a fazer muita investigação na área da MTC, exemplo disso é o ICBAS-UP, existindo neste momento em Portugal mais instituições creditadas a fomentar o conhecimento nesta área.

Em traços gerais, em que consiste a medicina tradicional chinesa?

R: A MTC é uma ciência Milenar que apresenta uma visão holística da saúde humana, procurando em todo o momento relacionar o individuo com aquilo a que está exposto.

Procura sempre o equilíbrio funcional do individuo para assim evitar a doença. Em MTC procuramos sempre sinais, manifestações e sintomas que nos permita inserir o individuo num determinado estado vegetativo funcional.

O raciocínio clinico e o diagnóstico são condições essenciais para a boa prática da MTC.

Em MTC damos especial enfase ao SN Central e SN Vegetativo.

Como técnicas terapêuticas surgem a acupunctura, Moxibustão, Tuina, Qigong, Fitoterapia.  

Quais os benefícios que a MTC pode trazer para a prática dos fisioterapeutas?

R: Fornecer uma visão global da saúde do individuo percebendo que determinados sinais clínicos são fundamentais para o diagnóstico de determinada patologia.

Fornecer explicação para determinados mecanismos fisiopatológicos sem resolução na medicina ocidental.

Ferramenta de trabalho imensa com abordagem em varias patologias do âmbito musculo-esqueletico, respiratório, neurológico, e com contra-indicações muito reduzidas.

Muito útil na terapêutica da dor crónica e aguda, área em que me especializo e onde os resultados são evidentes e científicos.

De um modo geral, o quê que os alunos poderão ganhar com este curso?

R: Em primeiro lugar podem aprender e perceber a observar e a interpretar determinados sinais que o doente apresenta que muitas vezes são ignorados e que fazem toda diferença em diagnóstico.

Ganham com toda a certeza na elaboração de raciocínio clinico, em diagnóstico e em técnicas de intervenção terapêutica.

Uma curiosidade sobre si que nada tem a ver com a sua atividade profissional?

R: Sou um apaixonado pelo conhecimento em vinhos e adoro uma boa refeição á boa maneira portuguesa e num restaurante português de preferência.