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Publicado a 31/01/2020

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Paulo Ramos

Ferida: a condição de “ninguém” | Por Paulo Ramos (Bwizer Magazine)

Paulo Ramos

Este artigo fez parte do Número 9 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

 

Ao longo do nosso ciclo vital, toda a pessoa irá desenvolver uma ferida! Em bom rigor, todos nós nascemos com uma ferida fisiológica que depois se transforma na cicatriz umbilical. A grande maioria das feridas cicatrizará sem complicações e sem sequelas, quer estéticas, quer funcionais para a pessoa. Então qual a razão desta temática estar em crescendo e cada vez mais despertar o interesse dos profissionais de saúde, particularmente dos enfermeiros?

A evolução das técnicas de saúde e do conhecimento levou a um aumento da longevidade da pessoa. Vivemos mais, essencialmente porque se tem em atenção a prevenção primária, ou se controlam comorbilidades associadas. A nossa realidade é mais compatível com a segunda opção, ou não fosse Portugal um dos países da Europa, em que se vive menos anos de vida saudável após os 65 anos! O aumento da esperança de vida, foi uma das maiores conquistas, mas também traz alguns desafios associados. O envelhecimento leva a uma maior fragilidade da pessoa e maior suscetibilidade de lesões cutâneas.

A ferida é toda a solução de continuidade da pele. Poderá ser de espessura parcial com atingimento da derme superficial, ou de espessura total com atingimento da totalidade das camadas da pele. As feridas de espessura parcial, reepitelizam rapidamente, e na grande maioria das situações sem complicações associadas. As de espessura total, podem levar várias semanas a cicatrizar, com maior propensão para a infeção, deixando sempre uma cicatriz e, com real ou potencial sequela, estética e/ou funcional.

A tipologia de feridas também varia de acordo com a fase do ciclo vital em que estamos. Nas crianças são comuns pequenas lesões resultantes de quedas, escoriações e lacerações. Com a curiosidade natural desta idade, a criança coloca-se em risco, sem ter a real noção do perigo. Talvez o tipo de ferida mais dramático que ocorre, são as queimaduras por fonte térmica (líquido quente, fogo), estas se forem de segundo grau profundo ou terceiro grau, deixam cicatriz que pode ter um impacto na construção da autoimagem.

Na idade adulta, o mais comum são as feridas traumáticas, quer por acidentes de trabalho, quer por acidentes de viação ou acidentes pessoais. A gravidade das mesmas varia de acordo com a violência do trauma, área anatómica envolvida e mecanismo da lesão, entre outros fatores. Podem ser de fácil resolução, como por exemplo, a execução de uma sutura para aproximação dos bordos, ou tão complexas que envolvam várias cirurgias de reconstrução, internamento em unidades altamente diferenciadas e terapias avançadas.

 

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Este artigo fez parte do Número 9 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

CV: Paulo Ramos, Licenciado em enfermagem pela Escola Superior de Enfermagem de S. João, possui mestrado em Feridas e Viabilidade Tecidular pela Universidade Católica do Porto. Com frequência é preletor em eventos científicos, participou em vários eventos nacionais e internacionais.

Fonte: Consulte o número 9 da Bwizer Magazine

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