Conheça André Silva, fisioterapeuta, gestor operacional na Bwizer e, mais recentemente, um dos mais recentes Certified Kinesio Taping Instructor portugueses! Nesta entrevista, André fala-nos um pouco do seu percurso profissional e da sua mais recente experiência com a certificação pela KTAI.
1) Fale-nos um pouco de si.
Chamo-me André Silva, nasci em 1980 e sou natural de Fafe. Sou fisioterapeuta desde 2006, sempre na área desportiva e músculo-esquelética, especial interesse e actuação na prevenção de lesões desportivas, e com especialização em fisioterapia desportiva em 2011. Sou também licenciado em Biologia.
2) Quando era adolescente, que profissão gostaria de ter no futuro?
Desde cedo sabia que queria trabalhar na área da saúde e investigação. O percurso do tempo, as circunstâncias académicas e o fascínio pela medicina, reabilitação desportiva, investigação e genética, levaram-me a terminar a licenciatura em Biologia e posteriormente a formar-me em Fisioterapia.
3) O que o levou interessar-se pela Fisioterapia?
A Fisioterapia surge na minha vida como uma junção entre a saúde, a reabilitação, o cuidar, o tratar, a prevenção e o desporto.
O dinamismo da profissão, a socialização, a importância da relação fisioterapeuta-paciente, o ajudar e contribuir para uma recuperação e melhor qualidade de vida dos pacientes, bem como o papel cada vez mais preponderante do fisioterapeuta no desporto, são factores que me trouxeram até à Fisioterapia e que me fazem acreditar que é “isto” que eu quero continuar a fazer.
4) Quais os trabalhos/experiências profissionais que mais o marcaram?
Todos foram importantes e marcantes de algum modo mas não posso deixar de destacar dois deles: o Vitória Sport Clube e a Aspire Academy for Sports Excellence.
No departamento de futebol de formação do VSC teve início o meu percurso na fisioterapia desportiva, criei as minhas bases e guardo boas memórias, ensinamentos, experiências e amigos.
A Aspire foi e será sempre importante para mim, tanto a nível pessoal como profissional. Evoluí profissionalmente, cresci como pessoa e ser humano.
5) Pode-nos então falar um pouco da sua experiência na Aspire Academy for Sports Excellence?
Como praticante de desporto e apaixonado pelo mesmo, a vertente desportiva e a fisioterapia são a junção perfeita: por todos os desafios que isso acarreta, pela pressão existente (nem sempre positiva é certo), pela adrenalina da competição e por proporcionar conhecer novos locais, culturas e pessoas. Foi com esse espírito que em 2008 aceitei o desafio de viajar para o Médio Oriente, de sair da minha “zona de conforto” emigrando para o Qatar.
Estive 4 anos na Aspire como fisioterapeuta desportivo, onde fazia parte do núcleo dos fisioterapeutas para o futebol.
As condições de trabalho criadas eram muito boas, desde o equipamento, às instalações desportivas, aos colegas de trabalho (as diversas nacionalidades tornavam a interacção mais interessante e mais enriquecedora a nível profissional também, aprendendo um pouco com as diferentes modelos de escolas) e ao trabalho em conjunto com equipas multidisciplinares compostas por preparadores físicos, fisiologistas, psicólogos, biomecânica e performance, entre outros, formando em conjunto o núcleo Sports Science.
O tipo de trabalho na Aspire Academy for Sports Excellence era lidar com a elite local (Qatari) de atletas jovens de todos os desportos, com enfoque na prevenção, tratamento e reabilitação de cada atleta. A academia proporcionava aos atletas tanto a formação desportiva como a formação escolar, local onde treinavam, estudavam e também dormiam.
As condições permitiam realizar alguma pesquisa, formação e desenvolvimento profissional contínuo, e em 2011 fiz a minha especialização em Fisioterapia Desportiva.
O estilo de vida no Qatar é singular com as restrições e exigências que a cultura árabe impõe, mas sabendo e respeitando as mesmas é uma experiência e aventura que recomendo. De certo modo abriu horizontes, fez-me valorizar mais as pequenas coisas da vida que “damos por adquiridas” em Portugal.
6) Como aluno e também Gestor Operacional Bwizer, já assistiu a muitas formações? Quais as que mais o marcaram e que partido tira delas atualmente?
Desde 2013 que iniciei as minhas funções como Gestor Operacional Bwizer, tem sido um prazer, orgulho e privilégio poder assistir a muitas das formações com cursos e formadores excelentes e que constituem uma mais-valia para qualquer profissional de saúde.
Destaco os cursos de Terapia Manual Desportiva, Trigger-Points, Pilates Clínico, Podoposturologia e, como não podia deixar de ser, o Método Oficial Kinesio® Taping. Todos eles, quer pelo seu conteúdo, quer pela qualidade do formador, serviram para aumentar os meus conhecimentos, aprofundar algumas técnicas e conceitos e fazer-me acreditar que devemos investir em nós e no nosso conhecimento, na procura de evoluirmos cada vez mais – Your Evolution.
Cursos como Anatomy Trains, Terapia Manual Segundo o Conceito Osteoetioático e Fisioterapia Desportiva de Elite, fazem parte dos meus planos a curto prazo.
7) Como foi a experiência de se tornar um Certified Kinesio Taping Instructor? Quais os desafios que encontrou pelo caminho?
Tornar-me um Certified Kinesio® Taping Instructor (CKTI) em Portugal além de significar um novo desafio profissional e pessoal, é um voto de confiança da Bwizer e o reconhecimento de um esforço.
Todo o processo foi bem guiado e orientado, desde a formação KT1/KT2, KT3, o exame para me tornar CKTP e a certificação CKTI. Foram dias de muito estudo e prática, sempre com o apoio dos CKTI’s, o Sérgio Frade e o Rúben Ferreira, a concretização de um objectivo e o entusiasmo em fazer parte do universo Kinesio®, também partilhado com o novo CKTI Ricardo Vidal.
Mais do que desafios, a oportunidade de me ter tornado CKTI trouxe uma responsabilidade acrescida, tanto ao ensinar o Método de Kinesio® Taping como ao aplicar o método no meu dia-a-dia. Faz parte dos meus princípios dar sempre o melhor de mim, formar profissionais para os capacitar a aplicar o método e poder contribuir para a formação contínua dos mesmos, é um estímulo ainda maior para encarar este novo desafio.
O processo de ensino é também um processo de aprendizagem, é um objectivo que está longe de estar completo, que ainda agora vai começar…
8) Como concilia a sua vida pessoal com a profissional?
É uma pergunta difícil mas com uma resposta simples, quando fazemos o que gostamos tudo é mais fácil. Para fazermos bem o que gostamos temos que estar bem, e para isso é fundamental termos tempo na nossa vida pessoal. O equilíbrio é a base do sucesso pessoal e profissional.
A vida é um conflito de escolhas, por isso procuro encontrar um ponto de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, estabelecer objectivos no trabalho, dedicar-me a 100% e com disciplina aos mesmos, para me poder “desligar”, dedicar-me por inteiro a mim e à minha família, ter tempo para fazer o que gosto e carregar energias a cada descanso.
Costumo dizer em jeito de brincadeira que ao sair do local de trabalho já estou a despir a pele de fisioterapeuta.
9) Uma curiosidade sobre si que nada tenha a ver com a fisioterapia.
Adoro o mar, ver e respirar o mar dá-me vida! Escolher um local de férias é já uma aventura, faz parte da minha bucket-list visitar um país novo a cada ano (objectivo partilhado cá em casa).
10) Quais são as suas expectativas para o setor da Saúde em Portugal perante as atuais condições económicas do País?
Tal como noutros países da Europa, Portugal depara-se com uma conjuntura política e económica desfavorável no que diz respeito ao crescimento, e a mesma realidade é transversal ao sector da Saúde. Multiplica-se o número de profissionais de saúde que acabam as licenciaturas e procuram entrar num mercado de trabalho sobrelotado e sem “oxigénio” para criar novos lugares para os mesmos.
Eu sou um optimista, cabe-nos a nós Fisioterapeutas, unirmo-nos e criarmos as nossas oportunidades. Cabe a cada um de nós ter um papel honesto e activo neste processo, fazer por as oportunidades aparecerem e não esperar por elas, procurar ser melhor a cada dia, passo-a-passo, apostar na nossa evolução, não ter medo de arriscar e de saber aprender com os erros.
Recomendo e aconselho a opção por uma experiência no estrangeiro mas nem sempre as melhores oportunidades são as que nos obrigam a sair do país, emigrar sim mas não a qualquer custo.
11) Uma dica ou frase de inspiração para aqueles que gostariam de seguir os seus passos e ter um futuro em Fisioterapia?
Aspire Today, Inspire Tomorrow – é o slogan da Aspire, filosofia com que muito me identifico. Assim, a minha mensagem a todos os que ambicionam a atingir os vossos objectivos é: com trabalho, dedicação, disciplina e saber aprender com os insucessos, o que ambicionas hoje será a tua realidade de amanhã.