A Organização Mundial de Saúde considera a incontinência urinária como um problema de saúde pública - esta patologia atinge homens e mulheres e, assim como a incontinência anal, os prolapsos e as disfunções sexuais, tem impacto muito negativo na qualidade de vida.
Tradicionalmente, a incontinência urinária era vista como uma patologia sem tratamento e que afetava apenas idosos. Mas isto não podia estar mais longe da verdade…
Hoje sabemos que pode afetar pessoas de qualquer idade, sexo e condição socioeconómica - mas ainda assim continua a ser um tabu na nossa sociedade. Ora, vejamos o caso da incontinência nas jovens atletas.
No estudo made in Portugal "Effects of physical exercise on the pelvic floor and its relevance for the urinary incontinence" desenvolvido na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto ficou provado que atletas femininas de alta competição têm o triplo de probabilidade de ter incontinência urinária, quando comparadas com que aquelas que não praticam desporto, particularmente se se tratar de um desporto de alto impacto.
Com efeito, a incontinência nas meninas e adolescentes que praticam desporto é uma realidade desde sempre, mas só há uns anos se começou a levar este assunto a sério. Estivemos à conversa com uma expert na área, a Fisioterapeuta Laira Ramos, que nos explicou o porquê desta elevada incidência.
CV: Laira Ramos formou-se em Fisioterapia na Universidade Estadual de Londrina (Brasil) e cedo desenvolveu uma paixão especial pela área uroginecológica, área na qual é doutorada.