A monitorização da pressão intracraniana exige esforços, tanto do enfermeiro, quando do médico. O enfermeiro deve avaliar a hipertensão intracraniana e seu significado, reconhcê-la e garantir que as intervenções necessárias sejam iniciadas.
Entendendo a pressão intracraniana:
A pressão intracraniana (PIC) é exercida pelo volume combinado de 3 componentes intracranianos:
Medida normal da PIC é de 0 a 15 mmHg
A pressão de perfusão cerebral (PPC) é uma estimativa da adequação da circulação cerebral para fornecer oxigênio ao tecido encefálico.
Medida normal da PPC é de 60 a 130 mmHg
A hipertensão intracraniana (HIC) é um estado clínico que acomete muitos pacientes em unidades de tratamento intensivo. É caracterizada pela elevação da pressão intracraniana (PIC) acima de 20 mmHg por no mínimo vinte minutos em adultos e cinco minutos em crianças. A HIC surge quando há alteração no volume de qualquer componente (tecido, LCR ou sangue)
Aumento do liquor – as alterações liquóricas, geralmente, são aquelas que causam obstrução da circulação liquórica em qualquer ponto de sua via e as que causam diculdade na reabsorção do LCR.
Aumento do volume cerebral – ocorre pelo crescimento anormal de um tecido (tumores), pelo aparecimento de uma resposta inamatória em resposta a um agente infeccioso (abscesso ou granulomas) ou pelo acúmulo de líquido nos espaços intersticial e/ou intracelular (edema cerebral) ou pelo acúmulo de líquido nos espaços intersticial e/ou intracelular (edema cerebral)
Aumento do volume sanguíneo cerebral – ocorre por obstrução do retorno venoso, hipóxia, hipercapnia, hipertensão arterial. As lesões vasculares encefálicas e meníngeas (aneurisma, hematoma intracerebral, hemorragia subaracnóide, hematomas subdurais e hematomas extradurais) decorrentes ou não do trauma, também elevam a PIC, uma vez que aumentam o volume intracraniano total.
O aumento da PIC é uma complicação grave que pode resultar em uma herniação com paradas respiratória e cardíaca e morte.
Mecanismos de compensação
Fluxo sanguíneo cerebral (FSC) – o cérebro possui a capacidade de autorregular o FSC, assegurando um uxo sanguíneo constante por meio dos vasos cerebrais ao longo de uma gama de pressões de perfusão, modicando o diâmetro dos vasos em reposta a alterações na pressão arterial (PA). Nos pacientes com a autorregulação afetada, qualquer alteração da PA pode provocar aumento do FSC e consequentemente da PIC.
Circulação do LCR – O LCR é predominantemente absorvido pelas vilosidades aracnoides localizadas no espaço subaracnoide e dispersado para o sistema venoso por meio do seio sagital superior. Os distúrbios na produção, circulação e absorção do LCR podem contribuir para a elevação da PIC.
Parênquima – o cérebro pode acomodar ou compensar alterações mínimas no volume.
Estágios de ajuste cerebral à HIC (Knobel et al)
Existem quatro mecanismos de compensação:
A HIC requer medidas terapêuticas especícas, dada a vulnerabilidade do sistema nervoso central (SNC).
A monitorização da pressão intracraniana fornece informações que facilitam intervenções precoces para evitar a isquemia cerebral e distorção do tronco encefálico.
Indicações para medida da PIC
Vantagens da monitorização
Monitorização
A monitorização da PIC é feita por meio da análise da pressão liquórica, a partir de parafusos cranianos e cateteres de silicone ou polietileno e, também de bra ótica, conectados à monitores.
Posições do cateter
A atuação do enfermeiro deve estar voltada para a manutenção da circulação encefálica efetiva mediante a preservação da pressão de perfusão cerebral e oferta de oxigênio e glicose.
Alguns cuidados
Ventilação:
Avaliação neurológica:
Posicionamento:
Controle de temperatura:
Controle da glicemia:
Manutenção do cateter:
Fonte: Portal Enfermagem (https://www.portalenf.com/2017/12/intervencoes-enfermagem-na-monitorizacao-da-pressao-intracraniana/)