Este artigo fez parte do Número 7 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.
A resolução das Nações Unidas, designada por “Unidos pela Diabetes”, reconhece a Diabetes como “uma doença crónica, debilitante e dispendiosa, associada a complicações importantes que condicionam diversos riscos para as famílias, países e para todo o mundo”.
A Diabetes é uma doença crónica resultante da falência da secreção de insulina, ou da sua deficiente utilização, caracterizada por valores elevados de glicemia circundante(20).
É também caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia. A glicose constitui a principal fonte de energia do organismo, sendo proveniente da digestão e transformação de alimentos como os amidos e açúcares (hidratos de carbono) presentes na alimentação. Para que esta possa ser utilizada pelo organismo como fonte de energia é necessária insulina.
A insulina é uma hormona produzida pelas células β do pâncreas que permite a utilização da glicemia pelas células do organismo, sendo fundamental para a vida.
Considerada uma das principais doenças crónicas da atualidade devido à sua alta prevalência e elevadas taxas de morbilidade e mortalidade, a diabetes tem, seguramente, um impacto a nível da qualidade de vida, quer pelas consequências que acarreta a longo prazo, quer pelas modificações que o seu controlo impõe.
De uma forma geral, estudos feitos sugerem que a redução da qualidade de vida do doente diabético está relacionada com as múltiplas complicações que a doença poderá produzir, assim como com o controlo glicémico inadequado.
Segundo o Observatório Nacional da Diabetes (2011), a prevalência da Diabetes em 2010 era de 12,4% da população portuguesa com idades compreendidas entre os 20 e os 79 anos, o que corresponde a um total de aproximadamente 991 mil indivíduos. Em termos de prevalência da Diabetes, em 56% dos indivíduos, esta já tinha sido diagnosticada, e em 44% ainda não havia sido diagnosticada.
Durante a evolução desta doença ocorrem complicações crónicas microvasculares (atingindo os pequenos vasos da retina, do rim e do sistema nervoso) e macro vasculares (atingindo as artérias coronárias, cerebrais e membros inferiores).
A DGS (2011) classifica a diabetes estabelecendo a existência de quatro tipos clínicos, etiologicamente distintos:
a) Diabetes tipo 1
b) Diabetes tipo 2
c) Diabetes Gestacional
d) Outros tipos de Diabetes
É importante ter em conta alguns números referentes a esta pandemia(21):
1. Em 2007, mais de 246 milhões de pessoas sabiam ser diabéticas (6% da população mundial dos 20 aos 79 anos);
2. Em 2025, mais de 380 milhões terão Diabetes (7,3%);
3. Em 2007, mais de 308 milhões sabiam ter uma diminuição da tolerância à glicose (situação de hiperglicemia intermédia entre o normal e a Diabetes);
4. Em 2025 mais de 418 milhões saberão ter esta diminuição da tolerância à glicose.
CV: Licenciada em Enfermagem desde 2001 trabalhou desde sempre em meio hospitalar, tendo passado pelo serviço de Urgência do Centro Hospitalar de São João e pela consulta de Endocrinologia, no mesmo hospital. Atualmente trabalha na USF Valbom ACES Gondomar e a sua grande paixão pela Endocrinologia, mais particularmente a Diabetes, levou a que ganhasse um 1º prémio com um projeto de investigação.
Fonte: Consulte o número 7 da Bwizer Magazine