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Publicado a 26/06/2019

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Prof. Dr. J. Pinto da Costa

Revisitar Catástrofes | Por Prof. Dr. J. Pinto da Costa (Bwizer Magazine)

Prof. Dr. J. Pinto da Costa

Este artigo fez parte do Número 6 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

 

Com periodicidade variável de séculos ou milénios, o planeta Terra tem sido palco de profundas alterações geofísicas. So­bram aos seus habitantes muitas mortes e necessidade de adaptação às circunstâncias novas por parte dos sobreviven­tes. Em esquema, as catástrofes são naturais quando não de­pendem do fator humano e não naturais ou artificiais no caso contrário.

A dicotomia não é tão nítida como parece à primeira vista. Uma terceira categoria, mista, associa as duas influências. É o caso de grandes inundações quando se constroem habitações em socalcos sem drenagem para as chuvas copiosas que caem de vez em quando, provocando aluimentos de terra, arrastamento de casas, mortos por afogamento ou por lesões traumáticas e desaparecimento de pessoas sem olvidar o prejuízo para a agri­cultura local e a morte de muitos animais.

Catástrofe mista será a da queda de uma ponte, com mortos por afogamento, por retirada de areias junto aos pilares que a sus­tentam, por falta de necessária manutenção. Catástrofes mistas por incêndios, como os de Albergaria a Velha e de Monchique, ou as inundações recentes no Brasil, por falta de manutenção e que resultaram na prisão preventiva de dois engenheiros e de outros funcionários.

Como exemplo de catástrofes naturais citam-se os deslizamen­tos de terras, incêndios e tsunamis. Entre elas apontam-se as mais celebradas como a da Antioquia, no ano 526, na qual mor­reram 250 mil pessoas carbonizadas no incêndio após tremor de terra. A erupção do vulcão Vesúvio, no ano 79, que causou 16 mil mortos, com soterramento do balneário romano em Pom­peia, com vítimas petrificadas pelas lamas do vulcão que são hoje visíveis(1).

O terramoto de Lisboa, em 1755, que causou cem mil mortos.

Em 1780, um furacão nas Caraíbas, também designado furação de São Calisto, causou 27 mil mortos, afundando várias embar­cações francesas e inglesas que se encontravam nesses ma­res, aquando da guerra da independência dos Estados Unidos.

Em 1883, registaram-se 35 mil mortos, no monte Krakatoua, na Indonésia, devido a quatro explosões durante uma semana, das quais a última foi ouvida a mais de 4800 quilómetros, com arre­messo de rochas a mais de 80 quilómetros de altura.

Na China, em Shanxi, um terramoto, em 1556, causou 830 mil mortos. Também na China, uma inundação do rio Amarelo, em 1887, causou dois milhões de mortos, e outra, em 1931, provo­cou o dobro de vítimas.

Na Índia, em 1970, na baía de Bengala um ciclone causou 500 mil mortos.

O tsunami no Japão, em 2011, que provocou o acidente nuclear de Fukushima, causou 18.446 mortos e 123 mil deslocados.

No tsunami na Indonésia, em 2018, registaram-se 429 mortos e mais de mil deslocados.

Nas catástrofes não naturais ou artificias está patente a von­tade humana em prejudicar os outros na luta pelo poder ou a negligência. Encontram-se neste grupo os acidentes rodoviá­rios, ferroviários e aéreos, os incêndios em prédios de habita­ção, estabelecimentos comerciais e complexos industriais, as explosões, algumas delas relacionadas com terrorismo, e os incidentes em recintos desportivos, locais de culto religioso e espetáculos diversos.

 

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Este artigo fez parte do Número 6 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

CV: Licenciado em Medicina e Cirurgia, ocupou de 1961 a 1974 o cargo de Assistente em Medicina Legal e Toxicologia Forense. Nessa altura terminou o seu doutoramento com a classificação máxima de distinção e louvor e foi convidado para Professor Auxiliar.

Fonte: Consulte o número 6 da Bwizer Magazine

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