Sara, sempre muito ativa, optou pela Fisioterapia por ser uma profissão dinâmica, que não lhe permite ficar parada. Longe do querido Funchal, a especialista em dermato-funcional realizou formações na área pela Bwizer e sente o reconhecimento e crescimento com o trabalho para o qual se dedica atualmente no Eduardo Merino Terapias Manuais. Se tivesse que emigrar, ela não pensaria duas vezes: iria para um sítio onde pudesse fazer praia o ano inteiro, o Brasil.
Entrevista
1. Qual a sua idade? É casada? Tem filhos?
Tenho 23 anos, sou solteira e ainda não tenho filhos.
2. Quando adolescente, o que queria ser quando crescesse?
Quando era adolescente, não sabia bem o que queria fazer da minha vida profissional. Sempre fui bastante ativa e apenas sabia que queria ter uma profissão que me permitisse continuar ativa no meu dia-a-dia. Tantas opções passaram pela minha cabeça, desde Medicina Veterinária a Arquitetura. Até que decidi que era na área da Saúde que queria trabalhar, claro que Medicina foi uma das opções no entanto não via nada apelativo no dia-a-dia profissional de um médico, até ter tido contacto com a Fisioterapia pela primeira vez.
3. Qual a escolha mais difícil que já fez na vida?
Não considero que tive que fazer escolhas difíceis na minha vida, a grande maioria a solução foram relativamente fácil, mas também penso que seja pelo facto de estar rodeadas de pessoas mais experientes que serviram como modelo. No entanto, tenho algumas que me marcaram nomeadamente a decisão de não voltar, depois da licenciatura, à minha “casa” que ainda hoje considero ser o Funchal e estar longe da família e do ambiente em que cresci.
4. O que a fez optar pela Fisioterapia como formação?
Foi quando sofri um entorse do joelho, numa aula de Educação Física. Na altura, como foi na escola, tive que ir ao hospital e tive um atendimento médico péssimo que nada me receitou para além de repouso. Apesar da minha tenra idade, algo não me parecia bem, como é que uma dor tão intensa e limitativa poderia passar assim sem mais nem menos, apenas com repouso? Um familiar aconselhou-me a consultar uma clínica de reabilitação e foi então que entrei em contacto com a Fisioterapia pela primeira vez e adorei! O primeiro profissional que me atendeu foi um fisioterapeuta que fez a sua avaliação e plano de intervenção e num instante aliviou a dor que já sentia há dias. Achei isto fantástico para além do mais adorei o ambiente da clínica e, ao longo de vários dias de observação como paciente, achei que era esta profissão que tinha a ver com a minha personalidade.
5. Quais os trabalhos/experiências que mais marcaram a sua vida?
A experiência do Eduardo Merino Terapias Manuais está a marcar bastante pela positiva. É muito bom ter o nosso trabalho reconhecido pelos colegas e pelos próprios clientes/pacientes como também ser desafiada todos os dias.
6. Quais os desafios de trabalhar com Dermato-funcional?
Os desafios que sinto em trabalhar com Dermato-funcional com certeza serão os mesmos que muitos fisioterapeutas sentem em outras áreas. O facto de poder surgir casos clínicos aos quais não contamos ou que não sabemos como lidar com essa situação é um dos desafios. Recentemente, por exemplo, deparei-me com um caso de uma rapariga na casa dos 20 anos que tinha sida atacada por um cão no rosto e foi submetida a várias cirurgias reconstrutivas visto que tinha ficado completamente desfigurada. Esta situação desafiou-me bastante por ser algo fora do comum do que costuma surgir nas minhas consultas e com extrema carga emocional. Naquele momento, surgiram mil e uma perguntas e incertezas na minha mente sobre o que eu poderia fazer para ajudar aquela rapariga, como poderia melhorar aquelas cicatrizes? Como poderia restaurar elasticidade àqueles tecidos? São estas situações que me motivam a continuar nesta área e a pesquisar novas fontes de conhecimento.
7. Onde mais trabalha neste momento? Como era a área de dermato antes do seu trabalho?
Comecei inicialmente a realizar sessões na zona de Ovar, algo que ainda continuo a fazer em parceria com o Drº Rafael Gonçalves, também fisioterapeuta, como também voluntariado na área da fisioterapia na Santa Casa da Misericórdia de Ovar. Foram surgindo oportunidades de parceria com o Holmes Place Boavista, onde comecei a aplicar em pleno os meus conhecimentos em fisioterapia dermato-funcional, e a Clínica Estética da Liga de Gaia onde comecei a leccionar aulas de Pilates Clínico e introduzi as sessões de dermato-funcional. Por último tive o convite para assumir as consultas de Estética Avançada no Eduardo Merino Terapias Manuais.
8. Como lida com a vida pessoal x vida profissional?
Acredito ter um bom equilíbrio entre a minha vida pessoal e a minha vida profissional. Trabalho muitas horas por semana, mas consigo conciliar com o tempo que necessito para mim como também para quem mais importa.
9. Diga-me uma curiosidade da sua vida (hobby) que nada tenha a ver com seu dia a dia na fisioterapia?
Adoro longos passeios junto à praia!
10. Quais as suas expectativas para o setor da Saúde em Portugal perante as atuais condições económicas do País?
Gostaria de ter uma visão mais positiva a este respeito, na verdade. Para além das atuais condições económicas em que nos encontramos, há bastante oportunistas que veem este sector como um negócio lucrativo sem qualquer interesse nos indivíduos que trabalham para estes e na qualidade de serviço que oferecem, considerando que seria de valor para a nossa profissão a existência de uma Ordem. Porém, considero que seja importante marcarmos pela diferença, e acredito que se trabalharmos com afinco e gosto no que estamos a fazer, seremos reconhecidos e o retorno justo vira no seu seguimento.
11. Na sua opinião, vale a pena emigrar? Para onde iria?
Essa é uma questão complicada, depende não só da pessoa e das suas expectativas como das oportunidades que surgem. No meu caso, eu pensei em emigrar e cheguei a traçar planos para sair do país logo após o 1º ano de Mestrado. No entretanto, surgiram as oportunidades certas, oportunidades essas que me permitiram ficar no meu próprio país e em condições adequadas e dignas da minha formação académica. Mas se tivesse que emigrar, iria para o Brasil para uma cidade junto à praia. Fazer praia o ano inteiro é algo que me apela bastante!
12. Uma dica ou frase de inspiração para aqueles que gostariam de seguir os seus passos?
Rodeiam-se de pessoas positivas e proativas! São essas pessoas que vos vão ajudar a se sentirem capaz de atingir quaisquer objectivos que tracem.