Este artigo fez parte do Número 7 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.
A sexualidade é uma parte importante da identidade de cada um/a. Ao evitar ou ignorar este tema em contexto clínico, não estamos a tratar a pessoa como um todo. Assim, de que forma podemos tornar a nossa prática clínica mais inclusiva?
O que deve um/a profissional de saúde saber sobre sexualidade? Acima de tudo, deve saber que a sexualidade humana é muito mais vasta do que imagina, e que ao estudá-la, não basta procurar a mais recente e fidedigna evidência científica: antes, é necessário desconstruir conceitos (e preconceitos) já existentes.
A Organização Mundial de Saúde define a sexualidade como “uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade, (…) influencia pensamentos, sentimentos, ações e interações e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”. Tendo em consideração esta definição, pergunto: quando surge o tema da sexualidade na prática clínica?
O primeiro contacto com a sexualidade começa no preenchimento da ficha do/a utente, quando especificamos o nome e género. Sabia que “sexo” e “género” são conceitos distintos, que podem ou não coincidir? Enquanto que o sexo é composto pelas características sexuais biológicas com as quais nascemos (e.g., cromossomas, hormonas, sistema reprodutor), o género vai além da anatomia, englobando todas as características sociais, culturais e psicológicas ligadas a um contexto social.(1) Caso a identidade de género não coincida com o sexo biológico, a pessoa considera-se transgénero (vulgarmente conhecido por transsexual). Por variadas razões, o/a nosso/a paciente pode não se apresentar de acordo com a sua identidade de género. Assim, é importante perguntarmos “por que nome prefere ser tratado?” e aceitar se o Sr. João for, na realidade, a Sra. Joana. Por outro lado, podem estar presentes no mesmo indivíduo características sexuais pertencentes a ambos os sexos (e.g., uma criança que nasce com genitais tipicamente femininos e que, mais tarde, vem a descobrir a existência de testículos internos); nesse caso, as pessoas designam-se de intersexo(2).
De acordo com um inquérito elaborado pela Eurosondagem para o jornal Expresso, em 2005, 9,9% da população portuguesa é homossexual ou bissexual: um em cada dez. Pense no número de pessoas com as quais interage diariamente, e se alguma vez considerou que o/a utente à sua frente não era heterossexual?
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CV: Licenciada em Fisioterapia pela ESSA, Pós-Graduada em Fisioterapia na Saúde da Mulher pela ESTeSL é ainda Mestranda em Sexologia – Especialização Sexualidade Humana pela Universidade Lusófona de Lisboa. Criou em 2015 a “Fisioterapia Cor de Rosa”.
Fonte: Consulte o número 7 da Bwizer Magazine