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Publicado a 13/10/2018

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Uma abordagem conceptual à prescrição de exercício

Paulo Gonçalves

O corpo humano foi desenhado para se adaptar a várias formas de estímulo mecânico [1].

Os fisioterapeutas são profissionais de saúde inseridos no âmbito da reabilitação. O exercício é uma das ferramentas de eleição para a prevenção e recuperação de vários tipos de lesão logo, o fisioterapeuta deve tratar por “tu” os mecanismos e princípios que regulam a adaptação dos tecidos biológicos ao estímulo mecânico para que possa melhorar a sua prescrição e beneficiar os seus utentes [1].

A prescrição de exercício envolve a manipulação de múltiplas variáveis – volume, intensidade, frequência, sistemas energéticos envolvidos, amplitude e velocidade de movimento, espectro força-velocidade, processos de coordenação intra e inter-muscular, entre outros - de forma a poder estimular diferentes adaptações, sejam estas, neurais, morfológicas e ou metabólicas. [2, 3].

Caso seja pretendido estimular adaptações morfológicas nas fibras musculares é necessário ter presente que estas são capazes de produzir força através da interação das proteínas contrácteis actina-miosina em regime concêntrico e actina-miosina e titina em regime excêntrico [4]. Esta capacidade de produção de força é em parte explicada por dois modelos da fisiologia muscular, a curva Força-Velocidade e a curva Força-Comprimento [4, 5].

Se, por exemplo, for pretendido estimular o aumento de massa muscular em determinada região num processo de reabilitação, o fisioterapeuta deve primeiro conhecer os mecanismos que levam à resposta hipertrófica do músculo, sendo estes: a tensão mecânica, stress metabólico e o dano muscular [6]. Para além destes mecanismos, é preciso ter em conta o princípio da sobrecarga, ou seja, o processo tem de ficar mais difícil ao longo do tempo para os grupos musculares alvo, seja através da manipulação do número de repetições, através do número de séries, da carga utilizada ou da proximidade da fadiga muscular, ou idealmente, conjugando todos os fatores anteriores, entre outros. Para além disto, é importante perceber que a variável mais importante a manipular neste contexto é o volume de treino, vulgarmente calculado através do produto entre séries, repetições e carga [7].

 

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Referências bibliográficas:

1.Glasgow, P., Optimising load to optimise outcomes. 2017.

2.Glasgow, P., N. Phillips, and C. Bleakley, Optimal loading: key variables and mechanisms. 2015.

3.Kraemer, W.J. and N.A. Ratamess, Fundamentals of resistance training: progression and exercise prescription. Med Sci Sports Exerc, 2004. 36(4): p. 674-88.

4.Herzog, W., et al., A new paradigm for muscle contraction. Frontiers in Physiology, 2015. 6.

5.Cormie, P., M.R. McGuigan, and R.U. Newton, Developing maximal neuromuscular power: Part 1--biological basis of maximal power production. Sports Med, 2011. 41(1): p. 17-38.

6. Schoenfeld, B.J., The mechanisms of muscle hypertrophy and their application to resistance training. J Strength Cond Res, 2010. 24(10): p. 2857-72.

7.Schoenfeld, B.J., D. Ogborn, and J.W. Krieger, Dose-response relationship between weekly resistance training volume and increases in muscle mass: A systematic review and meta-analysis. J Sports Sci, 2017. 35(11): p. 1073-1082.

8.Earp, J.E., et al., Faster Movement Speed Results in Greater Tendon Strain during the Loaded Squat Exercise. Front Physiol, 2016. 7.

9.Bohm, S., F. Mersmann, and A. Arampatzis, Human tendon adaptation in response to mechanical loading: a systematic review and meta-analysis of exercise intervention studies on healthy adults. Sports Medicine - Open, 2015. 1(1): p. 7.

10.Mascaró, A., et al., Load management in tendinopathy: Clinical progression for Achilles and patellar tendinopathy. Apunts. Medicina de l'Esport, 2018. 53(197): p. 19-27.

11.Folland, J.P. and A.G. Williams, The adaptations to strength training : morphological and neurological contributions to increased strength. Sports Med, 2007. 37(2): p. 145-68.

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