Nos Estados Unidos, há mais de 300.000 paragens cardíacas extra-hospitalares (OHCA) todos os anos, e a taxa de sobrevivência na alta hospitalar é de cerca de 10%. As diretrizes de reanimação sugerem que a epinefrina deve ser administrada de forma atempada, especialmente em pacientes com ritmos iniciais não desfibrilháveis. Os efeitos alfa-adrenérgicos da epinefrina produzem uma vasoconstrição sistémica, aumentando as pressões de perfusão coronária e cerebral, que se acredita serem benéficas para facilitar o retorno da circulação espontânea (ROSC).
Estudos indicaram que a sobrevivência foi maior quando a epinefrina foi administrada muito cedo, mas diminuiu rapidamente com o crescente atraso na administração da epinefrina. Também revelaram que cada minuto desde a chegada dos serviços médicos de emergência até à administração de epinefrina estava associado a uma diminuição de 4% na probabilidade de sobrevivência da paragem cardíaca extra-hospitalar.
Assim, a obtenção de acesso vascular rápido e fiável durante as manobras de ressuscitação cardiopulmonar é fundamental. Contudo, embora a administração intravenosa (IV) seja tipicamente recomendada, o estabelecimento do acesso IV nem sempre é rápido ou prático.
Se o tema emergência e catástrofe o interessa, leia também "Diretrizes da American Heart Association para Reanimação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência".
Descubra mais sobre "Transporte do Doente Crítico", um artigo escrito pelo enfermeiro especialista em urgência e emergência, Marco Sousa.
Diretrizes atualizadas pela American Heart Association consideram o acesso intraósseo (IO) um acesso vascular aceitável, enquanto as diretrizes europeias sugerem considerar o acesso IO apenas quando o acesso intravenoso é difícil.
Após uma formação adequada, o acesso IO poderá ser estabelecido mais rapidamente do que o acesso IV, no terreno, com uma elevada taxa de sucesso. No entanto, se esta vantagem técnica poderia ser traduzida em benefícios clínicos durante a reanimação cardiopulmonar, ainda não foi provada por ensaios clínicos.
Para melhor compreender os efeitos clínicos do acesso vascular utilizado durante a paragem cardíaca, o Scandinavian Journal of Trauma, Resuscitation and Emergency Medicine, publicou uma revisão sistemática e meta-análise para determinar se a via de administração de medicamentos estava associada a resultados neurológicos ou de sobrevivência da paragem cardíaca extra-hospitalar.
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Fonte:
Hsieh, YL., Wu, MC., Wolfshohl, J. et al. Intraosseous versus intravenous vascular access during cardiopulmonary resuscitation for out-of-hospital cardiac arrest: a systematic review and meta-analysis of observational studies. Scand J Trauma Resusc Emerg Med 29, 44 (2021). https://doi.org/10.1186/s13049-021-00858-6