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Publicado a 30/04/2020

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ATM (articulação temporomandibular): classificação de disfunções e revisão anatómica

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Sabia que 70 a 78% dos ruídos articulares na ATM (articulação temporomandibular) têm origem no disco?

É verdade, os “clicks”, “bops” e …. que tantas vezes os pacientes referem têm origem, na sua maioria, no disco, sendo que os restantes 22% a 30% podem advir do ligamento lateral, hipertrofia da cartilagem e hipermobilidade do côndilo.

 

Disfunções da ATM

As disfunções da ATM pertencem à classe de condições musculoesqueléticas degenerativas associadas a deformidades morfológicas e funcionais. Em até 70% dos casos, são acompanhados por alteração do posicionamento do disco e estão muitas vezes associadas a alterações posturais.

Podem afetar a mastigação, deglutição, fonação e expressividade facial, podendo provocar outras disfunções e/ou alterações posturais, sendo vital pensarmos nesta articulação como parte integrante do complexo craneo cervico mandibular, o que faz dela um elemento chave na intervenção nos síndromes dolorosos desta região. 

Com efeito, a integração da ATM quando pensamos nas cadeias lesionais é um elemento chave no raciocínio clinico. Assim, quando estamos perante sintomas com origem na ATM como alterações musculares, ruídos articulares, bloqueio articular, dor e trigger points, temos sempre de colocar a questão: será esta queixa/ achado uma denúncia de uma lesão primária, ou uma consequência de uma adaptação ou compensação?

 

 

Classificação das disfunções da ATM

Devido à natureza complexa da biomecânica articular da região craneo-cervical e única de cada disfunção da ATM, o diagnóstico requer uma análise específica do paciente, acompanhada de várias modalidades de diagnóstico e sistemas de classificação do mesmo.

Um dos mais usados, foi proposto por Bumann & Lotzmann (2000) e afirma que as disfunções da ATM podem ser classificadas segundo o comportamento do disco e ruído articular

  • Grupo I - hipermobilidade discal ou do ligamento lateral-medial
  • Grupo II - deslocamento parcial ou total do disco
  • Grupo III - deslocamento discal com aderência e hipertrofia da cartilagem
  • Grupo IV - hipermobilidade condilar e deslocamento discal sem reposição terminal

De facto, a avaliação desta articulação deverá incluir palpação e exploração, medições básicas, avaliação funcional, conceitos odontológicos e avaliação oclusiva. Não menos importante é dominarmos alguns testes de diagnóstico diferencial, nomeadamente:

  • Manobra compressiva em abertura e protusão
  • Manobra compressiva em translação dinâmica lateral e medial

 

Com este artigo ficou claro que a especificidade da articulação temporomandibular leva à necessidade de conhecimento sobre a sua anatomia e biomecânica para, desta forma, compreender as patologias com ela diretamente relacionadas, assim como os distúrbios secundários originados por disfunções desta articulação. Assim sugerimos uma rápida revisão anatómica - clique AQUI!

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