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Publicado a 04/08/2021

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Educação ao cliente sobre a dor: a complexidade da neurociência da dor

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Uma abordagem franca da comunicação interpessoal traz consigo alguns desafios e, consequentemente, a necessidade de adoção de estratégias específicas, mas ter que saltar para um buraco, criado para evitar a verdade, não é uma delas.

Uma abordagem franca é necessária na ciência e na saúde - o processo científico exige que procuremos e relatemos a verdade, toda a verdade e nada além da verdade.

Torna-se, assim, importante não tendermos a evitar aspetos da verdade porque pensamos que são muito difíceis de serem compreendidos pelas pessoas.

Por exemplo:

  1. não devemos evitar a surpreendente verdade de que o cérebro constrói a experiência visual a partir das informações disponíveis e, em vez disso, sugerirmos que os próprios olhos realmente criam a experiência visual e enviam a experiência visual ao cérebro para ser registada;
  2. não devemos sugerir que os ouvidos capturam palavras e pios de pássaros e carros de corrida e enviam esses sons ao cérebro para serem registados.

Temos a tendência de endossar a complexidade do cérebro e o seu papel fundamental no que vivenciamos. A menos, é claro, que estejamos a falar sobre a dor. Há cerca de 25 anos, Patrick Wall lamentou a tendência de rodeios quando se trata de dor: “A rotulagem de nociceptores como fibras de dor não foi uma simplificação admirável, mas uma banalização infeliz sob o disfarce de simplificação”.

 

Poderá ser do seu interesse a leitura do artigo presente na nossa Bwizer Magazine, “À conversa com Samuel Ferreira, João Baptista e José Pedro Leite" que pode consultar 👉 AQUI.

Também lhe poderá interessar o artigo 👉 "Abordagem Local VS Abordagem Global em Fisioterapia Músculo-esquelética| Por Nélson Azevedo"

 

É claro que igualar a dor à atividade nos nociceptores é sedutor - a nocicepção e a dor parecem tão intimamente ligadas.

No entanto, a nocicepção e a dor estão realmente tão intimamente ligadas? Esta questão foi realmente resolvida algumas décadas atrás - não há uma relação isomórfica entre dor e nocicepção, nem entre dor e dano tecidual.

Uma grande quantidade de pesquisas explorou a natureza multifatorial da dor. Os moduladores de dor enquadram-se numa das três categorias: priorização, significado e transmissão/processamento.

A priorização depende do valor de sobrevivência de um estímulo nociceptivo. Os dados observacionais são abundantes como por exemplo, o extenso trabalho com feridos militares em que o soldado sente pouca dor até estar seguro atrás das linhas. Dados experimentais corroboraram isso e indicam que estímulos nocivos não doem em casos de extrema falta de ar e que o limiar de dor é mais alto após uma série de ruídos surpreendentemente altos.

Para ler o artigo na íntegra, clique AQUI!

Fonte:

Moseley, G. L. (2011). Teaching people about pain: why do we keep beating around the bush? Pain Management, 2(1), 1–3. https://doi.org/10.2217/pmt.11.73

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