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Publicado a 27/02/2020

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Fisioterapia no ombro: avaliação da rigidez (stiffness)

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O ombro é um complexo articular constituído por 3 articulações: esternoclavicular, acromioclavicular e glenoumeral. Contudo, alguns autores consideram também a articulação costo-escapular, entre as costelas e a escápula, muito importante na biomecânica fisiológica do ombro.

A rigidez (stiffness) do ombro, mais especificamente na articulação glenoumeral, pode ocorrer como resultado da anatomia óssea, da adaptação dos tecidos moles em volta da articulação, ou de uma combinação de ambos. A avaliação do ombro "rígido" visa determinar os principais fatores/ causas de rigidez para, desta forma, identificar as melhores estratégias de intervenção (tratamento da rigidez do ombro).


Etiologia da rigidez (stiffness) do ombro

Com efeito, a causa mais comum de rigidez articular do ombro é a osteoartrite (OA) da articulação glenoumeral, comumente descrita como um processo da doença de desgaste, mas melhor descrita como um processo dinâmico de alterações numa articulação, seguida de reparo e remodelação. Nestes casos, no exame físico, é frequente encontrar um padrão capsular com sensação de endurecimento (embora possa ser pouco evidente nos estágios iniciais da patologia).

Outra causa importante de rigidez articular no ombro é o trauma. De facto, um trauma no ombro pode resultar em danos e desalinhamento das superfícies articulares.

Importa salientar que quaisquer causas articulares da rigidez da articulação glenoumeral devem ser confirmadas radiologicamente.

De referir que, apesar de menos frequente, a rigidez do ombro pode ser causada por condições reumatológicas, como a artrite reumatóide ou uma espondiloartropatia.

Já a rigidez do ombro secundária à adaptação dos tecidos moles pode ser pensada em três tipos de condições:

     1) aderências secundárias a traumas (inclusivé no pós-operatório), resultando em formação de contratura, mau controlo muscular e ombro congelado idiopático.

     2) trauma dos tecidos moles na região do ombro resulta na formação de fibras de colágeno irregulares, causando aderências fibróticas. A rigidez do ombro pode ser causada por imobilização após uma lesão como uma fratura. De facto, a rigidez também pode resultar, não apenas da dor associada a outra patologia da estrutura do ombro, mas também na presença de patologias sistémicas, alterações pós-menopausa e inatividade associada a fatores psicológicos (como stress emocional e depressão).

    3) adaptação dos tecidos moles pode acontecer por manutenção de más posturas, ou sobreuso incorreto. No entanto, a hiperatividade muscular, em vez de encurtamento adaptativo, também pode resultar numa contratura percebida e levar a rigidez no ombro.

O ombro congelado pode ser um problema primário, ou secundário:

  • Um ombro congelado primário ou "verdadeiro" ocorre onde não há uma causa exógena ou condição pré-existente. Apresenta uma amplitude idiopática de amplitude de movimento (ADM) na qual não é possível encontrar diagnóstico sistémico, condição precipitante do ombro ou explicação radiográfica.
  • Ombros congelados secundários são definidos como aqueles com um precursor intrínseco ou extrínseco conhecido, geralmente causador de dor no ombro e disfunção que leva à rigidez global (por exemplo, diabetes, acidente vascular cerebral, hipo ou hipertireoidismo, alteração na coifa dos rotadores, doença cardíaca, ...) e em associação com imobilização ou trauma prolongado.

Embora a etiologia do ombro congelado permaneça não completamente conhecida, apontam-se como possíveis causas as seguintes:

  • Um processo inflamatório;
  • Um processo fibrótico;
  • Processo inflamatório com subsequente fibrose capsular reativa.

 

Para continuar a ler este artigo e aprender mais sobre a avaliação da Fisioterapia na rigidez (stiffness) do ombro, clique AQUI!

 

 

Fonte: "Physiotherapy assessment of shoulder stiffness and how it influences management". Walton, Julia & Russell, Sarah. 2015 Jul; 7(3): 205–213. (https://bit.ly/2voiaFq)

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