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Publicado a 26/08/2019

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Papel do Fisioterapeuta na Dor Crónica

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De acordo com o artigo "Beyond Opioids: How Physical Therapy Can Transform Pain Management to Improve Health", os Fisioterapeutas têm um importante papel na educação e informação sobre estratégias de gestão da dor, que não a toma de opióides.

A intervenção do Fisioterapeuta vai muito para além da resolução e controlo de sintomas. Com efeito, é esperado que exista uma ação sobre os padrões de movimento e rotinas do indivíduo.

 

O papel dos Fisioterapeutas no tratamento da dor e na prevenção da dor crónica

A dor tem sido definida como “uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a lesão potencial ao tecido, ou descrito em termos de tal lesão”. A dor aguda surge, tipicamente, de repente como resultado de um incidente específico, como cirurgia, parto, fratura ou trauma. Este tipo de dor tem um propósito biológico útil e é autolimitada.

Já a dor crónica, por outro lado, não tem uma finalidade biológica, nem início e fim reconhecível. A dor crónica pode ser considerada um estado de doença e pode persistir por meses ou anos. Assim, quando os profissionais de saúde trabalham com pacientes com dor crónica, devem usar-se testes e medidas para determinar as causas dessa dor e para avaliar sua intensidade, qualidade e características físicas. Devem também avaliar os indivíduos quanto aos fatores de risco para dor, de forma a preveni-los - entre esses fatores de risco encontra-se

  • Histórico de doenças: condições como doença cardiovascular, osteoporose e doença reumatológica pode afetar a experiência nociceptiva de um indivíduo;
  • Fatores cognitivos e psicológicos: transtornos como ansiedade, depressão, catastrofização, medo e transtorno de stress pós-traumático podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de dor crónica;
  • Crenças: crenças negativas em torno da condição de saúde podem contribuir para a dor persistente;
  • Estilo de vida sedentário: existe uma forte associação entre imobilidade e dor - pessoas que estão com sobrepeso ou obesos, muitas vezes têm condições como dor lombar, dores de cabeça, fibromialgia e dor pélvica.

Ora, tendo estes fatores de risco em mente, assim como que a função e movimento são objetivos claros, o Fisioterapeuta deve elaborar um programa de tratamento individualizado que combine os técnicas apropriadas, desde o exercício e terapia manual, à educação!

  • Exercício - estudos demonstram que pessoas que se exercitam regularmente sentem menos dor. Por isso, é vital desenvolver, administrar e ajustar, constantemente, as prescrições e programas de exercícios para intervir sobre a capacidade cardiorrespiratória, força, desequilíbrios musculoesqueléticos ou outras disfunções que podem levar à dor.
  • Terapia manual - as técnicas de terapia manual envolvem manipulação das articulações e tecidos para modular a dor, melhorar a mobilidade e reduzir o edema e inflamação. Pesquisas efetuadas, mostraram que a terapia manual é eficaz na redução da dor lombar, desconforto associado à síndrome do túnel do carpico e outras fontes de dor.
  • Gestão de stress - intervenções como atenção plena, relaxamento, visualização e exposição gradual a eventos produtores de stress pode ajudar os pacientes a reduzir a dor e melhorar suas capacidades funcionais.
  • Higiene do sono - indivíduos com dor persistente frequentemente queixam-se de distúrbios do sono. Ora, a evidência demonstra que a privação do sono pode aumentar os níveis de sensibilidade e contribuir para o aumento do stress e da dor.
  • Educação em neurociência da dor: está comprovado que as pessoas com dor que nã compreendem os mecanismos de génese fatores de risco para a sua dor, são mais propensos a procurar tratamento farmacológico. Desta forma, os Fisioterapeutas devem educar os pacientes sobre a neurociência da dor, destacando os processos envolvidos. O ditado “conhecer a dor, saber o ganho” pode capacitar os pacientes e fornecer esperança e encorajamento na sua jornada para lidar e superar a dor persistente.

 

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Fonte: Beyond Opioids: How Physical Therapy Can Transform Pain Management to Improve Health p6. An American Physical Therapy Association White Paper, June 1, 2018

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