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Publicado a 16/04/2020

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Recomendações da Sociedade Portuguesa Diabetologia (SPD) para o tratamento da hiperglicemia na Diabetes Tipo 2

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As recomendações para o tratamento da hiperglicemia na Diabetes Tipo 2 têm evoluído ao longo do tempo. Com efeito, a atualização de 2015 da Declaração de Posição Conjunta ADA/EASD reforçou a importância da:

  • individualização dos objetivos e das estratégias terapêuticas, centrando o tratamento na pessoa;
  • partilha das decisões entre os profissionais de saúde e os doentes.

Todas as recomendações referem também como vital a educação da pessoa com diabetes, assim com a correção do seu estilo de vida, as quais devem ser promovidas durante a evolução da doença.

Os objetivos metabólicos e a terapêutica devem ser adequados a uma série de circunstâncias: idade do doente, tempo de duração da doença, existência ou não de complicações (cardiovasculares, risco de hipoglicemias) e aspetos económicos.

De acordo com a versão resumida das Recomendações Nacionais da SPD para o Tratamento da Hiperglicemia na Diabetes Tipo 2, definem-se como pontos-chave na terapêutica os seguintes:

  • "Os alvos glicémicos e as opções terapêuticas para os atingir devem ser determinados de forma individualizada.
  • O plano alimentar, a atividade física e a educação terapêutica da pessoa com diabetes continuam a ser os alicerces de todos os programas de tratamento da diabetes tipo 2.
  • Na ausência de contraindicações, a metformina constitui o fármaco de 1ª linha.
  • Caso a terapêutica com metformina isolada não seja suficiente para obter o controlo metabólico desejado, o suporte científico, para uma escolha preferencial da terapeutica a seguir, é limitado. A associação com 1-2 agentes orais ou injetáveis é considerada razoável , com o objetivo de proporcionar melhor controlo glicémico com menos efeitos secundários.
  • Muitos dos doentes irão necessitar de terapêutica com insulina isoladamente ou em associação com outros agentes para manter o controlo glicémico adequado.
  • Sempre que possível, todas as decisões terapêuticas, deverão ser tomadas conjuntamente com o doente, focando as suas preferências, necessidades e valores.
  • A redução abrangente do risco cardiovascular deverá constituir um foco principal da abordagem terapêutica pelo que a redução da HbA1c per se não constitui o objetivo final."

De facto, na diabetes tipo 2 (atendendo ao perfil diversificado dos doentes) não é possível estabelecer recomendações com base em normas técnico-administrativas e algoritmos rígidos. Como resultado, existe flexibilidade em termos de terapêuticas de segunda linha, após a metformina.

Com base no mesmo documento abaixo apresentamos segundas opções de tratamento válidas.

  • "As sulfonilureias - são a opção, atualmente, mais económica mas não são a melhor opção terapêutica num doente idoso, com maior vulnerabilidade às hipoglicemias ou com patologia cardiovascular, atendendo ao eventual risco associado. Preferir as sulfonilureias de 2ª geração (mais selectivas para os receptores pancreáticos: a gliclazida (que demonstrou ser relativamente segura no estudo ADVANCE) ou a glimepirida.
  • Os inibidores da DPP-4, com disponibilização mais recente nas opções terapêuticas, apesar de terem a desvantagem do preço elevado, são uma opção confortável pela quase ausência de efeitos secundários. O seu uso deve ser considerado sobretudo em determinados grupos de doentes onde a vulnerabilidade à hipoglicemia ou o excesso de peso constituem fatores adicionais a ponderar para além do controlo da hiperglicemia.
  • A pioglitazona é uma alternativa dirigida a um grupo mais restrito de doentes, com evidência de insulinorresistência e esteatose hepática e de acordo com uma avaliação ponderada de risco/benefício.
  • Os agonistas do recetor do GLP-1 (liraglutido e exenatido) estão associados a perda de peso, que em alguns doentes pode ser substancial.
  • A acarbose (que retarda a absorção intestinal dos hidratos de carbono) e a nateglinida ( secretagogo de ação rápida e curta que pode ser utilizado como substituto das sulfonilureias ) são opções possíveis em determinadas situações: (Hiperglicemia pós-prandial com HbA1c pouco elevada).
  • A terapêutica com insulina é, am alguns casos, obrigatória, dada a sua elevada eficácia."


Para ler o artigo original que deu origem a este e continuar a aprender sobre as recomendações para o tratamento da Diabetes tipo 2, clique AQUI!

Fonte: Recomendações Nacionais da SPD para o Tratamento da Hiperglicemia na Diabetes Tipo 2 – Proposta de Actualização (adaptação do recente “Update” 2015 da Declaração de Posição Conjunta ADA/EASD) - in Revista Portuguesa de Diabetes. 2015; 10 (1): 40-48

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