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Publicado a 22/06/2020

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André Romão

Strength and Conditioning e Reabilitação de Lesões Músculo-Esqueléticas serão compatíveis? | Por André Romão (Bwizer Magazine)

André Romão

Este artigo fez parte do Número 10 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

 

Quando se trata de reabilitar uma lesão do sistema músculo-esquelético, ainda é comum ver o foco na reabilitação da lesão e não na reabilitação da pessoa. O nosso corpo é um conjunto de sistemas que interagem entre si de forma altamente complexa, de modo a manter um equilíbrio (homeostasia). Desta forma, quando existe uma lesão, é normal ver alguns destes sistemas a serem afetados, ao contrário de outros que auxiliam o processo de regeneração da estrutura afetada, de modo a restabelecer a homeostasia.

Quando se reabilita uma lesão do sistema músculo-esquelético não podemos pensar apenas na estrutura lesionada, mas sim em todos os sistemas que afetam e são afetados por essa lesão. Devemos focar-nos na pessoa e nos seus objetivos.

O intuito da reabilitação de uma lesão músculo-esquelética é preparar a estrutura lesionada para a função que irá desempenhar, evitar que exista uma recidiva, otimizar tudo o que o indivíduo ainda tem capacidade para fazer e, em muitos contextos, fazer isto no menor tempo possível. No entanto, hoje em dia, é ainda bastante frequente ver a terapia manual e a eletroterapia a serem utilizadas como o método principal de reabilitação durante todo o processo, quando temos à nossa disposição ferramentas como o exercício, que quando é aplicado de forma sistematizada, organizada e lógica de modo a atingir um ou mais objetivos (treino) pode induzir alterações benéficas na fisiologia da pessoa que a irão tornar mais resiliente a uma nova lesão e ainda irão reduzir a probabilidade de existir uma recidiva. Como sabemos a terapia manual pode ser útil em determinadas situações, podendo também ter o seu espaço ao longo deste processo. No entanto, não deve ser o foco e neste artigo vou tentar explicar-vos como se podem utilizar alguns dos conhecimentos da área de Strength & Conditioning (desenvolvimento das qualidades físicas) e aplicá-los à reabilitação de lesões músculo-esqueléticas.

Treino para Performance e Reabilitação Músculo-Esquelética: Serão assim tão diferentes?

A anatomia, a fisiologia e a biomecânica são os pilares da Fisioterapia e do treino, havendo depois outros mais específicos de cada área. Além disso, o princípio destas duas áreas também é bastante semelhante: dar à pessoa capacidade para desempenhar o seu dia-a-dia sem dor e sem limitações físicas (Fisioterapia) e dar capacidade ao atleta de poder praticar a sua modalidade ao mais alto nível sem dor/lesões e sem limitações físicas (treino). Portanto, parece que apesar de serem duas áreas algo diferentes, têm bastantes semelhanças. Eu gosto de pensar que existe um espectro que inclui estas duas áreas e no qual existe uma progressão gradual desde o momento da lesão até ao momento de Return to Performance – momento no qual o sujeito se encontra apto, quer do ponto de vista clínico, quer do ponto de vista físico para poder retomar o seu dia-a-dia normal.


Porque é assim tão importante incluir o treino no processo de reabilitação?

Sabe-se que uma lesão músculo-esquelética, seja ela articular ou muscular, e a dor criada em resposta, provocam uma redução na capacidade de recrutamento dos músculos que envolvem a zona afetada por parte do sistema nervoso central (inibição neuromuscular), levando a que se criem défices nas diversas formas de manifestação da força (nomeadamente a nível da força máxima e da força rápida(1) – taxa de produção de força e força reativa). Sabe-se também que se nos focarmos nos objetivos da pessoa em vez de nos focarmos na dor iremos otimizar os objetivos da reabilitação a longo prazo(2). Assim, é importante que durante este processo, além de se melhorar aquilo que não é possível ser feito em determinada fase, se consiga otimizar o que já é bem feito, de modo a que no momento do Return to Performance a pessoa tenha as suas capacidades físicas o melhor desenvolvidas possível.

 

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Este artigo fez parte do Número 10 da Bwizer Magazine – pode vê-la na íntegra aqui.

CV: Licenciado em Fisioterapia, Pós-Graduado em Strength & Conditioning: Training and Rehabilitation e Mestrando em Treino de Alto Rendimento na Faculdade de Motricidade Humana, desde 2018. É Performance Specialist certificado pela EXOS.

Fonte:

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