Cadeias musculares, biotensegridade e reeducação postural

Segundo a revisão sistemática "What Is Evidence-Based About Myofascial Chains: A Systematic Review" de 2014, os músculos esqueléticos estão diretamente ligados pelo tecido conjuntivo, o que justifica a transmissão de tensão ao longo dos meridianos e determinados padrões de dor, por exemplo.

Tradicionalmente, analisava-se o movimento humano de forma isolada e nada integrada, sendo que esta visão reducionista ignorava por completo as interações dinâmicas encontradas em sistemas complexos, como o movimento humano.

Hoje, sabe-se que os músculos do corpo humano não podem ser vistos como estruturas anatómicas independentes que simplesmente conectam um osso ao outro! Em vez disso, o corpo consiste em numerosos músculos ligados entre si, criando longas cadeias musculares miofasciais viscoelásticas e poliarticulares.

No artigo “Biotensegrity and myofascial chains: A global approach to an integrated kinetic chain” de 2018, afirma-se que o movimento humano é uma orquestração complexa de eventos envolvendo vários sistemas corporais diferentes. Ora, a compreensão de como estes sistemas interagem durante o movimento pode trazer importantes informações para o estudo da etiologia e prevenção de lesões, bem como para a prescrição de exercícios terapêuticos.

Vital para esta visão, é o conceito biotensegridade, que postula que as diferentes estruturas corporais são mantidas juntas pelo tónus muscular de numerosas cadeias musculares viscoelásticas, e que tudo isto depende da tensão. Assim, quando ocorre o movimento humano, todo o sistema musculoesquelético se ajusta constantemente, causando padrões globais!

Com efeito, estes príncipios são essenciais para falarmos sobre a POSTURA e para intervirmos numa pessoa de forma global e integrada com vista a atingirmos melhores resultados clínicos. Recordamos que a correção da postura é um ponto importante na reabilitação, já que as alterações posturais podem estar associadas a modificações na posição relativa das estruturas e nos momentos de força muscular, resultando em menor funcionalidade e qualidade de vida.

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