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Publicado a 03/04/2021

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Monitorização hemodinâmica no paciente crítico: indicações, métodos invasivos e não invasivos

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Os pacientes em estado crítico são frequentemente hemodinamicamente instáveis (ou em risco de se tornarem instáveis). Com efeito, a instabilidade hemodinâmica, causa uma incompatibilidade entre a oferta e a demanda de oxigénio, podendo conduzir à falência de órgãos.

Alterações no volume circulante efetivo (por exemplo, hipovolemia), na função cardíaca e/ou tónus vascular -função vasomotora- (por exemplo, choque vasoplégico na sepsis) estão subjacentes à instabilidade hemodinâmica, podendo levar à disfunção orgânica, deterioração da falência de múltiplos órgãos e, eventualmente, morte.

A monitorização hemodinâmica, permite orientar o tratamento, prevenindo ou tratando a falência de órgãos. As medidas terapêuticas podem incluir ressuscitação hídrica, vasopressores ou agentes inotrópicos.

Na maioria dos casos este controlo faz-se com um exame clínico regular e monitorização de:

  • parâmetros vitais básicos como a frequência cardíaca, pressão arterial, pressão venosa central, saturação de oxigênio venoso periférico e central e variáveis respiratórias)
  • produção de urina

No entanto, quando estes falham, há necessidade de monitorização hemodinâmica (débito cardíaco, pressão de oclusão arterial pulmonar, pressão arterial pulmonar, saturação venosa mista de oxigénio, variação do volume sistólico, água extravascular, etc.) para orientar a gestão de fluidos e o suporte vasopressor/ inotrópico.

Ora, as técnicas de monitorização hemodinâmica evoluíram bastante nos últimos anos: da monitorização básica de débito cardíaco, para dispositivos/ técnicas sofisticados, fornecendo uma infinidade de variáveis, os quais podem ser classificados em:

  • técnicas calibradas versus não calibradas
  • e pelo seu grau de invasividade (invasivo, menos invasivo ou não invasivo).

Indicações da monitorização hemodinâmica

Todos os pacientes admitidos na Unidade de Cuidados Intensivos devem ser monitorizados, ainda que o grau de vigilância possa variar.

  • Pacientes hemodinamicamente estáveis: monitorização eletrocardiográfica contínua (ECG), medição regular não invasiva da pressão arterial e oximetria de pulso periférica (saturação periférica de oxigénio)
  • Pacientes hemodinamicamente instáveis, ou em risco de instabilidade: devem receber uma linha arterial para medição contínua da pressão arterial invasiva e análise regular dos gases no sangue arterial.

Com efeito, qualquer paciente que recebe vasopressores ou agentes inotrópicos necessita de uma linha venosa central para administração de fármacos e, se indicado, a medição da pressão venosa central e saturação venosa central de oxigénio. De salientar que quando a ressuscitação inicial não melhora o estado hemodinâmico e/ou respiratório do paciente, será necessária uma monitorização hemodinâmica avançada.

A medição do débito cardíaco e dos seus componentes (pré-carga, pós-carga e contratilidade) ditará a necessidade contínua de ressuscitação de fluidos, vasopressores ou agentes inotrópicos. Pode ser usado como uma ferramenta de diagnóstico para determinar o tipo de choque (hipovolémico, cardiogénico, obstrutivo ou distributivo) de acordo com o perfil hemodinâmico. Além disso, pode ser usado para orientar a ressuscitação, a fase após a reconvalescência durante a qual somos frequentemente confrontados com a sobrecarga de fluidos.

O contexto clínico (sala de emergência, sala de cirurgia ou Unidade de Cuidados Intensivos) e as variáveis possíveis fornecidas pelo método de monitorização determinarão qual método a utilizar.

 

Para ler o artigo original que deu origem a este e conhecer os métodos de monitorização hemodinânica invasivos e não invasivos, clique AQUI.

Fonte:

Hemodynamic monitoring in the critically ill: an overview of current cardiac output monitoring methods, 2016. (https://bit.ly/3dSR8HN)

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